Valéria Motta
Uso sapatos  que refletem algum estado de espírito. Formas mais apertadas capazes de fazer o passo sangrar... sinto vergonha de prender  tanta dor... e alívio quando piso livremente em sonhos flocados...espuma delicada que esparge e brinca com o plantar.  Sim,  dedinhos falam,  calcanhar se acalma  e o feixe rijo de fibras e nervos arqueia para sustentar este corpo cansado de pisar com tanta cautela. Não é fácil mudar o  ponto de equilíbrio, criar este pequeno espaço na alma dos sapatos. MAs é preciso sempre seguir adiante, escutando o que o chão tem a nos dizer..  seu segredos calafetados,  assoalhos espelhados refletindo todo tipo de indiscreção.
Ando no caminho das veias e dos ossoinhos minúsculos. Me esforço para incomodar cada um deles, criando atrito com o verniz, marcando espaço na impossibilidade. Exercício diário de simplesmente ceder. Tudo de uma forma ou de outra se amolda... Para isso, arranco o canto das unhas com pinça para manter o rosto plácido e as mãos em paz com o verniz alheio... esta casquinha de brilho tolo.
Ando no caminho das veias e dos ossoinhos minúsculos. Me esforço para incomodar cada um deles, criando atrito com o verniz, marcando espaço na impossibilidade. Exercício diário de simplesmente ceder. Tudo de uma forma ou de outra se amolda... Para isso, arranco o canto das unhas com pinça para manter o rosto plácido e as mãos em paz com o verniz alheio... esta casquinha de brilho tolo.
 
 



 
 Postagens
Postagens
 
 


 
 
 
