P. –Eles não se interessam pela minha essência, fazemos parte de uma mesma vida. Sair, sentir lugares que imagino conhecer quando escapam detalhes dos que me olham sem ver; aqueles olhos me encaram incessantemente, como se quisessem me invadir com seus sonhos e esperanças.
C. –Esqueça os olhos e me conte se como eu gostaria de poder descansar um pouco, abrandar a luz, respirar em silêncio, esses desejos que vagueiam em cores furtivas não me deixam em paz. Nunca.
P. – Dia. Aqui é sempre dia. Dia após dia, o mesmo discorrer sussurrado, as imagens incessantes desfilando por cima de mim sem ansiar qualquer intimidade. Sinto-me uma parva. Por que só a retina? E não o tato ardente, a afabilidade da tez. Um toque, ainda que fugaz, me faria próspera. Sinto-me vazia, nua, mesmo quando me vestem com o sorriso e a agonia do mundo.
C. -A quem dera que me fosse concedido um momento de liberdade, sem aproximação, sem toques rápidos, apressados e constantes que me visitam sem parar, que não se deixam contemplar por mim nem por breve reflexo, se pudesse sair, se pudesse escolher.
P. – Se a escolha fizesse parte do nosso cerne, se eu pudesse abancar esta bicicleta e navegar ao infinito, Um mundo, mundo que me dê movimento. Qualquer um.
C. -Mas não, minha condição, sua condição ...
P. -É tão plana e imensa. Como uma folha de papel que só desenha no céu dos outros.
C. -Pois o meu, é lugar nenhum.
P. – E o meu, mesmo cândido envolve e ninguém alcança.
*Dialogo (Dani D.)baseado em prosa (Valéria Motta) - Diálogo entre parede de projeções e chão do OI FUTURO (Flamengo) - JUL/2009.
C. –Esqueça os olhos e me conte se como eu gostaria de poder descansar um pouco, abrandar a luz, respirar em silêncio, esses desejos que vagueiam em cores furtivas não me deixam em paz. Nunca.
P. – Dia. Aqui é sempre dia. Dia após dia, o mesmo discorrer sussurrado, as imagens incessantes desfilando por cima de mim sem ansiar qualquer intimidade. Sinto-me uma parva. Por que só a retina? E não o tato ardente, a afabilidade da tez. Um toque, ainda que fugaz, me faria próspera. Sinto-me vazia, nua, mesmo quando me vestem com o sorriso e a agonia do mundo.
C. -A quem dera que me fosse concedido um momento de liberdade, sem aproximação, sem toques rápidos, apressados e constantes que me visitam sem parar, que não se deixam contemplar por mim nem por breve reflexo, se pudesse sair, se pudesse escolher.
P. – Se a escolha fizesse parte do nosso cerne, se eu pudesse abancar esta bicicleta e navegar ao infinito, Um mundo, mundo que me dê movimento. Qualquer um.
C. -Mas não, minha condição, sua condição ...
P. -É tão plana e imensa. Como uma folha de papel que só desenha no céu dos outros.
C. -Pois o meu, é lugar nenhum.
P. – E o meu, mesmo cândido envolve e ninguém alcança.
*Dialogo (Dani D.)baseado em prosa (Valéria Motta) - Diálogo entre parede de projeções e chão do OI FUTURO (Flamengo) - JUL/2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário