É... foi dada a largada para a corrida eleitoral. Detesto ano de eleição. Acho uma bosta, e não adianta vir com esse papinho de democracia. O que me irrita em eleição é que toma o ano inteiro; lá pelo meio de março, isso mesmo março, nós sabemos que as coisas por aqui só começam depois do carnaval; Então lá pelo meio de março, começamos a ver uns camaradas com adesivos, depois toda quinta-feira no meio do jornal tem uma propaganda de mais ou menos quinze minutos e quem não tem TV a cabo vai ter que ver aquele circo; porque logo em seguida começa a novela e se eu desligar acaba que me distraio e perco o capítulo que Totó descobre que é corno. Eleição é um saco! Toda aquela sujeira pelas ruas e nessa época brota gente nas calçadas distribuindo papel, pente, já recebi até lixa de unha com nome de candidato. E pra fechar o pacote a partir do meio de agosto começa a propaganda eleitoral gratuita. Gratuita pra quem? A light não para meu medidor na hora que começa o horário. Ela para o seu? Confesso que já perdi algum tempo da minha vida pensando nisso, foi aí que alguém me disse - “esse horário é gratuito pros partidos” - eles é que não pagam pelo horário da TV. A coca-cola vai lá, fala três segundos e paga muito caro, mais muito caro mesmo. O político vai lá, mete a cara na tua tela, mente e isso tudo tem custo zero pra ele. É... o seu medidor continua rodando. Mais esse ano, é um ano atípico, não pelos trezentos números que você vai ter que digitar naquela urna maldita, mas esse ano tem uma nova lei eleitoral, nova, nova não, fizeram umas emendas. E duas coisas me chamaram a atenção, quer dizer três, a primeira foi eu ter lido a lei, vamos combinar que só “concurseiro” faz isso, mais ninguém lê lei, nem quem trabalha com ela, nem quem faz, porque se o cara relesse a lei que fez... ele ia falar: - Peraí rapaziada, borá fazer isso aqui de novo! A segunda coisa que me chamou a atenção foi: “No horário para a propaganda eleitoral, não será permitido promover marca ou produto.” Quem escreveu isso aqui? Não, não... quem teve essa idéia? O cara acha mesmo que uma marca vai querer vincular sua imagem a algum candidato? Eu podia fabricar supositório, mesmo assim não ia querer vincular meu produto a um partido. Outra coisa que está gerando muita polemica é a história de não poder “ridicularizar candidato”. Como assim? Eu tô na minha casa, e um “homem” público carrega dinheiro na cueca e EU que ridicularizo o candidato? Eu tô trabalhando e um “homem” público faz a dança da pizza numa CPI e EU que ridicularizo o candidato? Eu estou dormindo e um “homem” público cria tanta diretoria que tem que nomear até um diretor de garagem e Eu que ridicularizo o candidato? É... e você pensou que nunca mais ia ouvir falar em censura, heim? Pensei em comprar um nariz de palhaço, mas os tempos são outros; um nariz de palhaço não nos cabe mais. A figura do palhaço chega a ser romântica. E nossos “homens” públicos estão longe de qualquer romantismo. Acho que só nos resta vestir as orelhas de burro e partir para as urnas em outubro. Eu? Não decidi ainda se vou as urnas passar recibo ou a light parar meu medidor. (Dani Dias/AGO2010)
apresentação do Grupo Vocal "As Terças"
Há 11 anos
Horário gratuito no céu!! de tanto ouvir bostejadas!!
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