segunda-feira, 12 de julho de 2010

Guardar e não sofrer mais

Guardar e não sofrer mais


Nunca pensei que fosse tão simples. Abrir aquela carta, ler sua letra miúda... e não chorar uma lágrima sequer. Simplesmente guardar tudo no fundo da gaveta e não sofrer mais, João. Juro que não te esqueci... seu lugar é e será sempre insubstituível. Nós dois sabemos disso. Só que me pergunto. O que fizemos para este laço nunca se romper? Dez anos e ele nunca rompeu, né João? Nem esgarçou... nada. Te disse tantas verdades, exigi promessas de amor, palavras doces. E você, João, sempre cumpriu com cada um delas... Menos a principal, claro. Desistiu de mim antes de existir qualquer coisa mais concreta. Será que é por isso que continuamos nos amando? Sem nos importarmos com quem está do nosso lado? Que egoísmo nosso, hein João? Será isso traição? Será isso outra forma de amar? Não sei... mas , agora, me faz bem ler suas palavras cheias de desejo. Leio e apenas sorrio. Dizem que quando nos lembramos muito vivamente de algo é porque o cérebro gravou no seu HD esta informação. E a informação que tenho hoje para te dar é que não importa mais o que vou fazer da minha vida. Não importa com quem vou dormir, em qual cama vou deitar e nem que corpo vou decidir amar... o fato é que a pasta “João” está gravada em alguma sinapse qualquer. Por isso, guardarei sem dor qualquer carta que receber de você. E prometo sentir delicadamente cada alento que vier dela para ser feliz.

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