Meu perfume exala, no seu poro. E o toque, sei, é no osso do sentimento. Exposto. Tudo se contrai, tudo se expande, intumesce. Não sinto a linha da dor atravessar a vértebra, nem o desencaixe frouxo das porcas que se perderam pelo caminho. Apenas recolho esticando o que ainda me resta, aquelas pequenas pérolas. Areia que adentra, ampulheta que afina... o tempo. Agora te toco num sopro suave, faço desenhos que se desmancham de tão etéreos. Respiro com a narina quente e peço para aqueçer a alma lavada de mar. Te peço, apenas: ame por mim na sua cama de lencóis brancos. Seja feliz na aurora, afunde em outras pernas e depois, quem sabe... te espreito e convido a subir escadarias e ser novamente, tormenta.
Valéria Motta
Valéria Motta
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